Masterchef

Participante do MasterChef, Jessica conta como sobreviveu a um relacionamento abusivo e a anorexia: “A cozinha me salvou”

Stefani Sousa

Jessica participou do 14° episódio de MasterChef
Jessica participou do 14° episódio de MasterChef
Carlos Reinis/Band

Com oito novos participantes a cada episódio, o MasterChef está sempre abrindo espaço para  importantes reflexões. Foi o caso da história compartilhada pela modelo Jessica, 30 anos, que participou do 14° programa da temporada, exibido na última terça-feira, 13, pela Band. Sobrevivente de um relacionamento abusivo, a participante sofreu com distúrbio alimentar e depressão. Hoje, ela ajuda outras mulheres a encontrarem uma saída, com palestras e projetos voltados ao empoderamento. 

O que a ajudou a se reerguer, após um período tão turbulento, foi a gastronomia. “Por causa desse relacionamento abusivo, entrei em um processo de depressão em que eu achava que não era capaz de fazer nada. Mas, na época, quando consegui sair dessa relação, comecei a cozinhar e a receber muitos elogios. Isso me fez perceber que eu consigo e sei fazer muitas coisas. Costumo dizer que a cozinha me salvou”, disse, em entrevista ao Portal da Band.

Comida e prazer são duas coisas que nem sempre andaram juntas para Jessica, que garante que a relação viveu momentos extremos. “Quando tive anorexia, comecei a pesquisar muito sobre comida, era algo que me interessava bastante. Só depois descobri que pessoas que tem esse distúrbio procuram muitas informações de alimentos, querem ver comida, são fissuradas por isso.” 

 Aos poucos, tudo foi se transformando e dando espaço para uma perspectiva mais saudável e positiva. “Fui aprendendo novas receitas aos poucos e hoje já sei fazer várias coisas que não sabia. Ainda tenho muito o que aprender, a experiência no MasterChef é mais difícil do que se imagina. Assistir do sofá é muito fácil, eu já estive nesse papel”, reflete. 

Para o futuro, após sua participação no programa, Jessica pretende criar conteúdo sobre gastronomia e continuar compartilhando informações que ajudem outras mulheres. “Uma relação abusiva pode acontecer com qualquer pessoa, independente de raça ou classe social. A gente tem que ficar de olho nos primeiros sinais. Muitas mulheres não conseguem sair da situação porque são dependentes financeiramente ou emocionalmente." 

Da experiência, ela leva uma importante lição: “Isso me fez chegar ao fundo do poço, mas eu sou a mulher que eu sou hoje, podendo ajudar tantas pessoas, porque eu passei por isso. A gente precisa da dor para crescer”, finaliza.