Daniela Mercury arrasta multidão no fechamento do Carnaval em São Paulo
Bloco Pipoca da Rainha deve reunir 1 milhão de foliões, segundo os organizadores, neste domingo
Do Estadão Conteúdo - 10/03/2019 - 17:48 | Atualizado em 10/03/2019 - 17:50

Daniela Mercury arrastou multidão pela Consolação (Foto: Bruno Rocha/FotoArena/Estadão Conteúdo)
A cantora Daniela Mercury arrasta uma multidão na Rua da Consolação, no centro da capital paulista, neste domingo, 10. O bloco Pipoca da Rainha deve reunir 1 milhão de foliões, segundo os organizadores. Daniela Mercury tradicionalmente encerra a folia no pós-Carnaval de São Paulo.
E iniciou a apresentação em tom político. "Está proibido o Carnaval neste país tropical", cantava enquanto o público gritava "Ele não", em crítica ao presidente Jair Bolsonaro.
Saal Alves, de 24 anos, estava com um paletó com notas de dinheiro saindo de todos os bolsos. "Sou o presidente corrupto. Ao contrário do que dizem, o Carnaval não é só baderna. É sobretudo uma manifestação cultural e política", disse.
Em todo o bloco, saias e bandeiras do orgulho LGBT e acessórios que celebram a cultura negra estavam presentes. A cantora baiana também exaltou e chamou negros e nordestinos para a folia.
Foliões do Norte ao Sul do Brasil acompanham o último dia de folia na capital paulista. A paranaense Priscila Hemmel, de 38 anos, disse que acompanhou todo o Carnaval na cidade, mas guardou energia para o último dia. "Essa festa é uma vez ao ano, não da para perder. E o bloco está ótimo, agitado, mas sem muvuca".
Do Acre, Larissa Paes, de 23 anos, também não quis perder o último dia de Carnaval. "A Daniela representa a nossa luta, a luta da resistência. Não é só festa, estar aqui é também um ato político", disse a estudante.
Pela segunda vez Daniela canta a música que compôs com Caetano Veloso. "Abre a porta desse armário que não tem censura", diz a música. Enquanto ela cantava, dançarinos homens vestiam mantos azuis e rosas, em referência à fala da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves.