Masterchef

Com prato feio, Luiz vence o MasterChef pelo sabor: “Achei que estaria fora da competição”

Stefani Sousa

Luiz se torna o vigésimo vencedor da sétima temporada do MasterChef
Luiz se torna o vigésimo vencedor da sétima temporada do MasterChef
Carlos Reinis/Band

“Muitas emoções, mas agora é só felicidade”, foi assim que o comprador de material cirúrgico Luiz Henrique, de 32 anos, definiu sua passagem pelo MasterChef logo após se tornar o 20º campeão da sétima temporada nesta terça-feira, 24. Com altos e baixos, a participação do cozinheiro amador no talent show foi marcada por broncas da chef Paola Carosella, que se recusou a provar o mix de cogumelos do prato vencedor, e pela volta por cima do participante. “É feio de fazer doer. Eu gosto do sabor, mas o problema é que esteticamente é muito feio”, disse a chef argentina. “O cogumelo estava horrível, mas o prato era fabuloso”, continuou ao entregar o troféu.

Em entrevista ao Portal da Band, Luiz conta que ficou apreensivo com a atitude da chef, mas confiante de que ainda poderia vencer: “Achei que estaria fora da competição, mas estava crente de que o gosto do meu prato era bom”. A superação veio logo em seguida com as avaliações positivas de Erick Jacquin e Henrique Fogaça que confirmavam o que ele já imaginava: o erro no empratamento era apenas um detalhe quando comparado ao sabor.

Virar o jogo é algo com que Luiz está acostumado. Nascido em Santa Rita do Passa Quatro, no interior de São Paulo, ele foi deixado pela mãe ainda bebê e adotada pelos avós paternos, que o proporcionaram uma infância muito feliz. Foi na casa da vó Maria, em Embu das Artes, que o amor pela cozinha surgiu. “Minha avó sempre cozinhou muito bem. Até os pratos mais simples tinham fartura e amor. Eu estava sempre com ela e, aos poucos, fui pegando gosto pelas refeições.”

Aos 17 anos, o cozinheiro amador fez seu primeiro ensopado de frango. “Ficou ótimo, todo mundo gostou e, a partir disso, fui fazendo o trivial, me arriscando cada vez mais.” Na mesma época, quando terminou a escola, planejou cursar gastronomia, mas as condições financeiras não permitiram. 

Os anos passaram e o desejo seguiu. Atualmente estudando gestão hospitalar, seu sonho é se formar e, no futuro, se dedicar à gastronomia. “Gostaria de ter um restaurante no litoral. Quero investir no meu conhecimento, nos meus estudos e transformar esse hobby em trabalho.”

Para realizar esse desejo, o MasterChef surgiu como uma importante oportunidade. O que ele não imaginava era que, pouco antes do grande dia, tudo fosse dar errado com curto-circuito em casa e uma moto furtada. Nem por isso ele desanimou e encarou o jogo com toda a alegria possível. 

Pegar o beijinho na prova dos doces foi pura sorte. “Confesso que nunca tinha feito doce de colher. Não sou de comer em casa e minha noção era básica. O meu prato tinha 90% de chance de dar errado, mas deu certo. Com tanta turbulência na minha vida pessoal, me considerei um vencedor já na primeira prova.”

Sua participação, que ele define como ‘um carrinho de montanha-russa’, foi a chance de mudar de vida e mostrar tudo o que estudou por anos. O troféu é uma homenagem ao marido, Fernando, e as mulheres de sua vida, que lhe deram referência e base. 

Agora, o vencedor celebra sua conquista e tudo o que ela representa. “É uma vitória interna de superação e de vontade de crescer. Não sou um rótulo, não faço parte de um padrão que a sociedade impõe. Não é porque eu sou homossexual que eu sou diferente, que  tenho menos responsabilidade. Eu sei onde posso chegar e sei que consigo.” Parabéns, Luiz!